quinta-feira, 10 de março de 2011

Tu,

Efémero, vil, pérfido, súbito
As cicatrizes que me deixaste cravadas no peito, tu, amor, transparente como o lodo, não querem sarar.
Por ti, asqueroso amor, que tantos ódios agora me causas, eu fui a todos os lugares. Por ti, hediondo amor, quebrei todas as leis impostas. Por ti cego amor, apaguei a luz que avistava no fundo do meu túnel. Por ti triste amor, prantos e prantos me correram na face.
A paga desta incomensurável luta, por ti fero amor, ínfima foi.
Não me deste retribuição! Deixaste-me cair no mais fúnebre dos penedos, quando eu ia já em voo para os céus! E tudo por ti, pérfido amor!
Como pude eu retirar de ti todos os mais sensacionais sentimentos que por alguma vez passei? Como pude eu fazer de ti, referencias tão benignas, tão imponentes e soberbas! Como pude eu? Como pudeste tu cegar-me desta maneira?
Tu, amor súbito, que vens dançando de pés descalços e envolves os crentes, numa armadilha tão perfeita, quase infalível, com o intuito de roubar os corações que ainda por ti afectados não estão! Traição espero agora de ti. Desleal foste para mim!
És veloz, tão veloz, demasiado veloz. E os crentes não dão conta; Os crentes não conta que a tua passagem não é definitiva. Não te conhecem, como eu agora te conheço. Não sabem das tuas manhas, amor ilusório. Olham, iludidos, para a tua luzidia mascara, pior que a que Lúcifer trás consigo, neste momento. E, tão enganados, tão néscios, pensam inquestionavelmente que vens para ficar, ao lado deles e ora pois, eternamente.
Caro amor, desvendado o teu segredo, caída a tua mascara, a verdade pesa-me na alma, pois agora sei que te conheço inteiramente, agora sei de ti, agora sei da realidade e que vivera antes muito longe desta. Tomo e guardo para mim, todas as memórias boas que me proporcionaste. Mas, revolto-me, com desagrado por saber o quão negro és tu, amor.