Como és livre tu, oh meu Pássaro!
Sem asas, sem penas, sem bico. Apenas encantos!
A tua eterna liberdade cega-me.
Transparente como a mais pura das águas.
E sem asas voas pelas infindáveis ruas que fazes céu.
Céu esse que preenches com incontáveis e nobres sonhos.
Sonhos esses que te fazem, a ti livre Pássaro, nunca deixar de voar, mesmo sem asas.
Onde as montanhas tocam os furiosos e rebeldes mares, irás encontrar-me e notar que, espero pelo dia em que possa finalmente juntar me a ti, nesta longa jornada que percorres livre, pura, e indomávelmente.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Dito Confronto
Procurei-o, procurei-o com um desespero fulminante e irrefreável, naquele aglomerado de gente (que corria incessantemente), com a esperança que já há muito nutria, que era ali que o encontraria. Aqueles que me possibilitam desfrutar de um amanhecer róseo, ou de um estrelado luar estavam portanto mais abertos que os de uma leoa esfomeada e com crias para alimentar! Aquela que me possibilita o raciocínio lógico (algo que me era desconhecido naquele preciso momento) estava de todo assombrada pela euforia e o entusiasmo de o encontrar. E, aquele, responsável por todas as vibrações ocorridas até à data fervilhava de raiva por se sentir dominado por tão soberbo ser! A razão de todos estes pormenores, pouco relevantes à minha situação inicial era inquestionavelmente desconhecida, inquietante e obviamente perturbadora.
Determinei assim que, antes que a sua imponente imagem me viesse lavar os olhos e trazer a instabilidade e por conseguinte a insegurança total, me mentalizasse de que teria que agir sobre os factos que se poderiam vir a desenrolar. Fosse ou não uma tarefa árdua de se fazer cumprir, eu tinha de a executar. “De que estou eu propriamente a falar?” perguntava-me, quando era iluminada por pequenos e inocentes rasgos da oculta racionalidade, pouca que fosse. Raramente encontrava as devidas respostas. Sabia apenas que teria de me mentalizar para o grande confronto que se avistava! Não que das características desse confronto sobressaíssem a crueldade, a frieza e raiva desmedida entre duas pessoas, não; seria certamente, um confronto em toda a verdade era narrada como os segredos dos majestosos livros que prescrevem a nossa História.
Alguns minutos tinham passado. A euforia aliada ao medo de o encontrar, continuavam a correr-me no sangue, como a veloz e faminta leoa na perseguição à sua presa.
Finalmente avistei-o. Avistei-o de longe e lá estava ele! Essa fracção de segundo soou como uma sinfonia harmoniosa, perfeita. Os meus agitados olhos foram literalmente evidenciados para aquele ponto, como se não houvesse nenhum outro. Os raios do tão poderoso Sol incidiam num ângulo de trinta graus sobre o seu corpo tonificado, que agilmente corria. A sua ilustre figura transluzia tudo aquilo que ele realmente era: a sua bravura e a sua audácia faziam mover Everestes; a sua amabilidade derreteria um iceberg; a sua simpatia para com os outros fascinava-me; Para além destes exemplos, tinha também todas aquelas suas feições e pormenores que tornavam a sua pessoa sublime: o seu cabelo cor de mel dançava ao som da ténue brisa que se fazia sentir; apesar de se encontrar em movimento, conseguia ver os seus olhos castanhos que semi-cerrados estavam; os seus pés tropeçavam um no outro de tantas pressas; o seu pescoço ia erguido, como um de um vitorioso romano depois de chacinar um tigre em arena plena;
(Nem sempre o vi como um herói, é um facto, mas após uma série de ocorrências manifestadas e caracterizadas como irregulares, apercebi-me da sua verdadeira capacidade de lutar pelos seus objectivos, do seu brilho que o diferencia das outras pessoas, do seu intelecto inquestionavelmente autentico. E com isto formei a minha crença. Hoje, creio que seja um.)
Depois de instantes contemplando tão nítida imagem, apercebo-me que esta vai perdendo carácter. Cada vez se encontrava mais longe, cada vez o vislumbrava com mais dificuldade. Estava a perde-lo, era certo. Tinha que fazer algo, mas as minhas pernas estavam hirtas. Ficara atónita e sem saber o que fazer. Perdera demasiado tempo. Agora ele estava já lá longe. Mas mesmo assim, num acto repentino e impensado decidi persegui-lo com todas as minhas forças. Gritei o seu nome. Rompi a multidão que nos separava e fui. Foram uns bons passos largos sem que percebesse que o estava a tentar alcançar. Muitos pingos de suor deslizaram até finalmente ouvir a minha exausta voz. Parou; perplexo, por saber que eu o seguira.
Dali se desenrolou a conversa, daí se desenrolaria o confronto.
Como prometera a mim mesma, a verdade seria a palavra-chave para o triunfo deste confronto ou, contrariamente, ao que se pode pensar a minha desgraça total.
Eis o paradoxo: a verdade é sem dúvida uma boa escolha, mas nem sempre trás consigo soluções! Narrar-lhe-ia a verdade, as minhas razões, proferia-lhe o meu romântico discurso, e no final não teria nada mais, nada menos, do que a sua impetuosa presença a milhas do meu gélido corpo. Perdia sucessivamente, a sua excepcional amizade (e sem mais adjectivos para a qualificar, pois é algo que é indescritível!), o que seria tragicamente doloroso. Depois, e do outro lado está a mentira. Ocultar, silenciar, falsear todos estes sentimentos que por ele nutro e cobri-los com as chamadas “Penas da amizade” desculpando todos os gestos, todos os sinais, e todos os impulsos que controlo diariamente na amizade que vivemos, não é portanto, nada saudável!
Soluções havia se, eu vaticinasse. Soluções havia se, eu compreendesse. Soluções havia se, eu reconhecesse. Soluções havia se, eu distinguisse. Soluções havia se, ele se evidenciasse.
Voltados ao desmesurado confronto, que agora era o foco da acção principal: Olhava-o trémula e hesitante, sem me lembrar das ditas promessas. O Medo lá vinha, com grande exército, soldados robustos e agrestes preparados para combater com veemência, contra mim que sozinha em campo estava.
Perante tal situação achei por bem recolher-me do dito e mal estudado confronto, compor uma desculpa minimamente aceitável para o ocorrido, e silenciar o meu coração.
Determinei assim que, antes que a sua imponente imagem me viesse lavar os olhos e trazer a instabilidade e por conseguinte a insegurança total, me mentalizasse de que teria que agir sobre os factos que se poderiam vir a desenrolar. Fosse ou não uma tarefa árdua de se fazer cumprir, eu tinha de a executar. “De que estou eu propriamente a falar?” perguntava-me, quando era iluminada por pequenos e inocentes rasgos da oculta racionalidade, pouca que fosse. Raramente encontrava as devidas respostas. Sabia apenas que teria de me mentalizar para o grande confronto que se avistava! Não que das características desse confronto sobressaíssem a crueldade, a frieza e raiva desmedida entre duas pessoas, não; seria certamente, um confronto em toda a verdade era narrada como os segredos dos majestosos livros que prescrevem a nossa História.
Alguns minutos tinham passado. A euforia aliada ao medo de o encontrar, continuavam a correr-me no sangue, como a veloz e faminta leoa na perseguição à sua presa.
Finalmente avistei-o. Avistei-o de longe e lá estava ele! Essa fracção de segundo soou como uma sinfonia harmoniosa, perfeita. Os meus agitados olhos foram literalmente evidenciados para aquele ponto, como se não houvesse nenhum outro. Os raios do tão poderoso Sol incidiam num ângulo de trinta graus sobre o seu corpo tonificado, que agilmente corria. A sua ilustre figura transluzia tudo aquilo que ele realmente era: a sua bravura e a sua audácia faziam mover Everestes; a sua amabilidade derreteria um iceberg; a sua simpatia para com os outros fascinava-me; Para além destes exemplos, tinha também todas aquelas suas feições e pormenores que tornavam a sua pessoa sublime: o seu cabelo cor de mel dançava ao som da ténue brisa que se fazia sentir; apesar de se encontrar em movimento, conseguia ver os seus olhos castanhos que semi-cerrados estavam; os seus pés tropeçavam um no outro de tantas pressas; o seu pescoço ia erguido, como um de um vitorioso romano depois de chacinar um tigre em arena plena;
(Nem sempre o vi como um herói, é um facto, mas após uma série de ocorrências manifestadas e caracterizadas como irregulares, apercebi-me da sua verdadeira capacidade de lutar pelos seus objectivos, do seu brilho que o diferencia das outras pessoas, do seu intelecto inquestionavelmente autentico. E com isto formei a minha crença. Hoje, creio que seja um.)
Depois de instantes contemplando tão nítida imagem, apercebo-me que esta vai perdendo carácter. Cada vez se encontrava mais longe, cada vez o vislumbrava com mais dificuldade. Estava a perde-lo, era certo. Tinha que fazer algo, mas as minhas pernas estavam hirtas. Ficara atónita e sem saber o que fazer. Perdera demasiado tempo. Agora ele estava já lá longe. Mas mesmo assim, num acto repentino e impensado decidi persegui-lo com todas as minhas forças. Gritei o seu nome. Rompi a multidão que nos separava e fui. Foram uns bons passos largos sem que percebesse que o estava a tentar alcançar. Muitos pingos de suor deslizaram até finalmente ouvir a minha exausta voz. Parou; perplexo, por saber que eu o seguira.
Dali se desenrolou a conversa, daí se desenrolaria o confronto.
Como prometera a mim mesma, a verdade seria a palavra-chave para o triunfo deste confronto ou, contrariamente, ao que se pode pensar a minha desgraça total.
Eis o paradoxo: a verdade é sem dúvida uma boa escolha, mas nem sempre trás consigo soluções! Narrar-lhe-ia a verdade, as minhas razões, proferia-lhe o meu romântico discurso, e no final não teria nada mais, nada menos, do que a sua impetuosa presença a milhas do meu gélido corpo. Perdia sucessivamente, a sua excepcional amizade (e sem mais adjectivos para a qualificar, pois é algo que é indescritível!), o que seria tragicamente doloroso. Depois, e do outro lado está a mentira. Ocultar, silenciar, falsear todos estes sentimentos que por ele nutro e cobri-los com as chamadas “Penas da amizade” desculpando todos os gestos, todos os sinais, e todos os impulsos que controlo diariamente na amizade que vivemos, não é portanto, nada saudável!
Soluções havia se, eu vaticinasse. Soluções havia se, eu compreendesse. Soluções havia se, eu reconhecesse. Soluções havia se, eu distinguisse. Soluções havia se, ele se evidenciasse.
Voltados ao desmesurado confronto, que agora era o foco da acção principal: Olhava-o trémula e hesitante, sem me lembrar das ditas promessas. O Medo lá vinha, com grande exército, soldados robustos e agrestes preparados para combater com veemência, contra mim que sozinha em campo estava.
Perante tal situação achei por bem recolher-me do dito e mal estudado confronto, compor uma desculpa minimamente aceitável para o ocorrido, e silenciar o meu coração.
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